O PROGRAMA BIODIVERSIDADE DA AMAZÔNIA é uma iniciativa do MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI que busca responder à necessidade urgente de se melhorar o conhecimento sobre a biodiversidade da mais extensa floresta tropical do mundo, de forma a embasar cientificamente as políticas públicas brasileiras voltadas às questões ambientais na região.
O conhecimento atual sobre a fauna e flora amazônicas ainda é muito fragmentado. Estamos longe de identificar todas as espécies que habitam a Amazônia e, entre aquelas já identificadas, poucas são bem conhecidas. As informações sobre a distribuição geográfica e os ambientes onde estas espécies ocorrem, quando existem, estão dispersas. Entretanto, esse conjunto de informações é crucial para se definir áreas prioritárias para conservação, aspecto que constitui parte essencial na formulação de qualquer plano de desenvolvimento sustentável para a região.
O Programa Biodiversidade da Amazônia visa orientar e integrar as ações do Museu Goeldi envolvendo o tema Biodiversidade, abrangendo os diferentes projetos e estudos desenvolvidos pelos grupos de pesquisa, de forma a contribuir eficazmente no preenchimento das lacunas de conhecimento existentes sobre o assunto. O objetivo final do programa é obter o inventário, o mapeamento e a caracterização da biodiversidade da Amazônia, tornando o conhecimento produzido disponível ao público, com o intuito de embasar e estimular ações voltadas à conservação biológica na região.
Quando foi lançado em 2002, o Programa teve como projeto estruturante o BIOTA PARÁ, desenvolvido em parceria com a Conservação Internacional (CI) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente. No âmbito deste projeto foi realizado o Mapeamento dos Remanescentes Florestais do Centro de Endemismo Belém, elaborada a Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Estado do Pará (a primeira lista vermelha para as regiões Norte e Nordeste do Brasil), articulado o pioneiro Programa Estadual Extinção Zero, desenvolvida a pesquisa Espécies Ameaçadas e Áreas Críticas para a Conservação da Biodiversidade, e criado o Prêmio José Marcio Ayres para Jovens Naturalistas, estratégia escolhida para envolver o universo escolar com o tema Biodiversidade Amazônica.
As reflexões que envolveram a criação do programa institucional do Museu Goeldi beneficiaram também o delineamento do Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio, uma iniciativa da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento – SEPED, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, que iniciou pelo Bioma Amazônia e atualmente é um programa nacional, sendo o Museu Goeldi responsável pela coordenação da rede PPBio Amazônia Oriental. Na filosofia do Programa Biodiversidade da Amazônia também foi concebido o INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia.
Mais recentemente, foi desenvolvido o sistema do Censo da Biodiversidade, que disponibilizou inicialmente a lista de espécies da fauna do Estado do Pará, e que atualmente organiza as listas de espécies da fauna e da flora da Amazônia brasileira. O sistema é hospedado em plataforma própria na web e permite a agregação de arquivos de diferentes mídias e de informações publicadas sobre as espécies. O Censo da Biodiversidade é uma ferramenta de rede colaborativa que visa sintetizar e disponibilizar publicamente informações confiáveis e atuais sobre a biodiversidade amazônica.